B3 compra Neoway por R$ 1,8 bi
Postado por Redação em 19/10/2021 em NotíciasCom crescimento de cerca de 15% a 20% anual, estima-se um faturamento de R$ 190 milhões no próximo ano
A B3, bolsa de valores oficial do Brasil, anunciou a aquisição da Neoway, especializada em big data analytics, por R$ 1,8 bilhão.
Segundo o Brazil Journal, a transação será paga em dinheiro. O processo precisa passar pela assembleia de acionistas da B3 e ter a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Fundada em 2002 pelo empreendedor Jaime de Paula, a Neoway oferece soluções baseadas em dados para cerca de 500 empresas de diversos setores. A empresa já recebeu aporte de fundos como Accel Partners, Monashees e Temasek, entre outros.
Gilson Finkelsztain, CEO da B3, relatou um crescimento de cerca de 15% a 20% anual e estima um faturamento de R$ 190 milhões no próximo ano. O plano da Bolsa brasileira é investir R$ 200 mi na Neoway nos próximos cinco anos. O objetivo desse investimento é alavancar verticais de produtos, como: sales and marketing, compliance, análise jurídica e gestão de crédito. O Grupo pretende criar novas soluções para o mercado financeiro.
Antes da abertura de capital na Nasdaq, a companhia estagnou desde 2019, quando vazaram as mensagens dos chats dos integrantes da Lava Jato. O lobista Jorge Luz, ligado ao MDB, teria intermediado negócios para a Neoway na BR Distribuidora e Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato, fez uma palestra paga na empresa. O fundador e presidente da Neoway, foi afastado do cargo e a empresa contratou uma auditoria para fortalecer seus controles internos.
Em julho, a bolsa brasileira anunciou uma sociedade de R$ 600 milhões com a TOTVS para criar a Dimensa, uma empresa que oferece soluções tecnológicas para o mercado financeiro. Assim como, em 2020, a B3 concluiu a compra dos 25% da BLK Sistemas, uma empresa especializada no desenvolvimento de telas e algoritmos de negociação para corretoras e investidores institucionais.
A B3 também tem entrado em negócios como registros de recebíveis de cartão de crédito, energia, seguros, veículos, entre outros. A aquisição da Neoway é o maior negócio feito pela bolsa desde a fusão com a Cetip, em 2017. A compra passa a adicionar uma nova vertical de negócios, sendo uma estratégia de aumentar as receitas recorrentes. A Neoway continuará operando de forma independente e todos os seus executivos seniores devem continuar na empresa.
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