Três etapas que as pequenas e medias empresas podem seguir para sobreviver e prosperar em recessão

Alguém me disse recentemente que, em chinês, a palavra crise é escrita pela junção de dois caracteres: ? – que significa ameaça, e ? – que significa oportunidade. Nos últimos anos, as empresas conseguiram enfrentar uma série de crises: uma pandemia global, desafios trabalhistas e custos crescentes devido à inflação. E é nestes tempos que nascem a inventividade, as descobertas e as grandes estratégias.

O Brasil não é estranho a essas crises. É por isso que acredito que o mais estratégico para as empresas é focar em agir agora para que o negócio esteja pronto para praticamente qualquer circunstância que vier pela frente. As recessões têm o potencial de causar dificuldades financeiras muito reais, mas existem medidas positivas que podemos tomar para aliviar o impacto. Aqui estão três etapas para ajudar as pequenas empresas a sobreviver e prosperar em uma recessão.

A pandemia levou muitas equipes financeiras a ajustar seus processos de gestão de caixa, mas uma recessão apresenta desafios totalmente diferentes. Avaliar o fluxo de caixa e implementar um sistema de previsão contínua será muito útil para poder se adaptar dinamicamente às mudanças econômicas e de mercado.

Qual será a profundidade da crise e quanto tempo ela durará? Embora as finanças não possam responder definitivamente a essas perguntas, elas podem fazer previsões passo a passo com cortes proativos, mas estratégicos. E, de fato, muitos já estão fazendo isso: uma pesquisa recente realizada pela NetSuite mostra que a prioridade número um para os executivos financeiros nos próximos 18 meses é o gerenciamento de custos.

Como a demanda do cliente e a disponibilidade de suprimentos mudarão se a economia desacelerar?

A modelagem do comportamento provável dos compradores fornecerá informações sobre como a produção pode ser ajustada. Uma solução de ERP pode gerar dados para medir a saúde financeira dos clientes e detectar mudanças nos padrões de compra que podem indicar uma diminuição ou aumento na demanda por produtos ou serviços do cliente. Em tempos de recessão, vende-se valor. Como podemos dar mais ao cliente e ainda atingir as metas de margem?

Quando ocorre uma recessão, os clientes podem parar de comprar, enquanto os fornecedores cancelam pedidos e atrasam as entregas. Compreender os riscos a montante e a jusante da cadeia de abastecimento é mais crítico do que nunca. Por exemplo, você pode criar um mapa ou fluxograma de todos os provedores para avaliar os fatores de risco e até mesmo identificar áreas para diversificação. O software de gerenciamento de fornecedores com registros de informações centrais pode ajudar nesse processo.

Ter mais dados sobre o estoque, do ponto de vista financeiro, pode ter um grande impacto no fluxo de caixa. As informações sobre a localização dos produtos, suas taxas de rotatividade e o status exato (em pedido, em trânsito, atribuído a um cliente existente) estão ligadas às datas do pedido e, portanto, à previsão de futuras necessidades de caixa.

Quando a equipe de compras precisará de dinheiro e quanto? Portanto, o planejamento da demanda se torna mais importante. Mesmo em uma recessão, a folha de pagamento ainda é a maior despesa no balanço de uma empresa. Neste contexto, é melhor capacita a equipe atual do que encontrar e recrutar novos trabalhadores, especialmente se necessitarem de formação.

Este também é um bom momento para investir em tecnologia que possa automatizar tarefas manuais e, no processo, liberar a equipe para esse trabalho mais estratégico e de qualificação. Seja no depósito, no departamento financeiro ou no autoatendimento do cliente, a automação pode eliminar a necessidade de preencher algumas posições vazias e, ao mesmo tempo, fornecer um caminho para os funcionários aprenderem novas habilidades.

A desaceleração do crescimento cria um incentivo para reavaliar os processos de negócios e o planejamento. Quando o crescimento está diminuindo, seu pessoal deve trabalhar mais para fazer todas as vendas. Reestruturar quando todos estão remando o máximo que podem é doloroso.

Quando a mudança é inevitável, você não deve apenas se adaptar, mas sim se antecipar, criando uma cultura de evolução empresarial que identifica e resolve problemas rapidamente. Os tempos são difíceis e as mudanças são constantes, mas os movimentos certos podem ajudar as empresas a avançar nos próximos meses e anos. Não há um momento instável para colocar sua empresa na posição financeira mais forte possível.

 Foto:  Gustavo Moussalli, vice-presidente Oracle NetSuite América Latina