Transformação Digital no BIM: como a troca de informações e o plano de execução apoiam essa jornada?
Postado por Marcus Granadeiro, sócio-diretor do Construtivo em 11/08/2022 em ArtigosQuando pensamos em transformação digital temos que ir além de apenas adicionar tecnologia aos processos tradicionais. É preciso pensar em fazer diferente, buscar outras maneiras de conseguir os resultados e se destacar. Esta deve ser a mentalidade ao pensar na implantação de BIM (Building Information Modeling).
O BIM pode ser definido como um elemento de suporte para o processo de gestão da informação. Durante todas as fases do ciclo de vida da construção haverá necessidade de dados para ações e decisões. Entregar a informação necessária, para as pessoas certas e no momento que precisam é o desafio nas definições dos processos de gestão da informação.
A definição acima parece simples, mas é extremamente complexa, pois os requisitos são consolidados em um documento chamado EIR (Exchange Information Requirement) e o processo é detalhado em um documento chamado BEP (BIM Execution Plan).
Há inúmeros modelos de EIR e BEP disponíveis, que são excelentes para conseguirmos compreendê-los. A ideia é que eles sirvam de inspiração para desenvolvermos os nossos próprios EIR e BEP. Infelizmente, em muitos casos eles são utilizados apenas de forma automática, ou seja, somente fazendo uma cópia de tais modelos. Este é um dos principais erros, que, por consequência, nos impede de agregar a tão almejada Transformação Digital ao BIM.
Em suma, os requisitos de informação destes modelos não refletem necessariamente os requisitos de sua organização e ativos e o processo indicado nos planos de execução-modelo, por vezes, não são os mais aderentes à realidade do projeto aplicado.
A ideia de mudar o processo, focar na gestão da informação, cortar silos e unificá-la da melhor forma possível é a essência do BIM. Em outras palavras, não se muda processos copiando o processo do outro ou buscando fazer a mesma coisa com a nova tecnologia.
Fazendo uma analogia com a Fórmula 1, enquanto todas as escuderias estavam focadas em ganhar tempo nos pitstops, a Red Bull conseguiu enxergar a solução com outro prisma: incluiu sensores nos carros, fez parcerias com empresas de telecom para captá-los ao longo dos circuitos, transmitindo em tempo real para a equipe que, com Inteligência Artificial, começou a ter insights e tomadas de decisão baseada em dados.
Com outro olhar, uma equipe novata fez a Transformação Digital e virou o grande player em poucos anos. O BIM é uma oportunidade, um campo ainda inexplorado. Temos que experimentar, testar, errar, pivotar e buscar nosso próprio caminho e de maneira que possamos nos destacar.
Foto: Marcus Granadeiro, sócio-diretor do Construtivo