Tecnologia fiscal estratégica: empresas aceleram adaptação à Reforma Tributária
Postado por Redação em 30/05/2025 em NotíciasDécio Krakauer, CEO da Ramo, destaca que a Reforma Tributária brasileira exige uma transformação profunda na gestão fiscal e operacional das empresas
Décio Krakauer, CEO da Ramo - Foto: Divulgação
A Reforma Tributária está reformulando profundamente o ambiente fiscal e operacional das empresas brasileiras. Com a Lei Complementar nº 214/2025, que regulamenta a Emenda Constitucional 132/2023, o país adota o modelo de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) Dual, alinhado às melhores práticas internacionais.
A mudança introduz a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), de competência federal, o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), sob responsabilidade de estados e municípios, além do Imposto Seletivo (IS), voltado a produtos e serviços com impacto negativo à saúde e ao meio ambiente.
Um dos principais pilares dessa reforma é a aplicação plena da não cumulatividade, que permite o crédito integral ao longo da cadeia produtiva. A CBS será aplicada a partir de 2026, enquanto o IBS passará por uma fase de testes no mesmo ano, sem recolhimento, voltado à adaptação das empresas. A implementação completa será gradual, com término previsto para 2033.
Embora o cronograma se estenda por quase uma década, os impactos operacionais são imediatos. Empresas precisarão revisar seus processos contábeis, fiscais e tecnológicos, adequar estruturas de custo, renegociar contratos e reorganizar a cadeia de fornecedores. O setor de serviços, por exemplo, pode ver a carga tributária aumentar significativamente caso não haja uma gestão eficiente dos créditos e ajustes na precificação.
Nesse contexto, sistemas de gestão empresarial (ERP) ganham centralidade estratégica. Ferramentas como o SAP Business One, voltadas a pequenas e médias empresas, e o SAP S/4HANA Cloud Public Edition, destinadas a organizações de maior porte ou em crescimento acelerado, têm se mostrado fundamentais para a adaptação às novas exigências legais. “Essas soluções já estão atualizadas para lidar com as obrigações trazidas pela Reforma Tributária brasileira, possibilitando o cálculo automático e em tempo real da CBS e do IBS, reduzindo erros manuais, mantendo atualizações conforme as mudanças na legislação e promovem uma integração fluida entre as áreas fiscal, contábil e financeira”, explica Décio Krakauer, CEO da Ramo.
Outro ponto crítico é a gestão dos créditos tributários, agora dependentes da liquidação financeira da operação. Com isso, apenas após o pagamento ao fornecedor será possível gerar crédito, o que exige controle rigoroso sobre a inadimplência da cadeia. “ERPs preparados, como os da SAP, oferecem mecanismos para rastrear esse fluxo, automatizar validações e garantir que os créditos sejam corretamente apropriados”, enfatiza Krakauer.
Além disso, a SAP Business One e SAP S/4HANA Cloud Public Edition permitem realizar simulações do impacto tributário, facilitando a reestruturação da formação de preços e o redesenho de contratos de longo prazo. A geração de relatórios completos e prontos para obrigações acessórias, como SPED e notas fiscais eletrônicas, também é um diferencial importante, especialmente com a entrada em vigor das novas versões a partir de outubro de 2025, e a obrigatoriedade dos campos de IBS e CBS já em janeiro de 2026.
De acordo com a pesquisa CFO Survey Brasil 2024, realizada pela Grant Thornton, reforça a urgência desse movimento. Segundo o levantamento, 70% das empresas já estão em processo de automação tributária e 66% utilizam dados e tecnologia para melhorar suas práticas fiscais, mas 57% ainda não possuem uma estrutura formal de governança nessa área. O estudo também aponta que 69% das empresas colocam a adequação de sistemas entre as principais prioridades frente à reforma, ao lado da precificação de produtos e serviços.
Com base nesse cenário, a Ramo tem promovido treinamentos, consultorias e eventos voltados à preparação das empresas para essa transição, com análises personalizadas por CNPJ, linha de produto e estrutura organizacional. A proposta é estruturar planos estratégicos personalizados para cada operação, utilizando o potencial das soluções de ERP da SAP para garantir conformidade regulatória e impulsionar a eficiência operacional.
A Reforma Tributária inaugura uma nova era no ambiente de negócios brasileiro. “Empresas que se estruturarem com tecnologia adequada, inteligência de dados e planejamento estarão não apenas em conformidade com a nova legislação, mas também em posição vantajosa para inovar, reduzir riscos e crescer de forma sustentável no novo modelo fiscal”, conclui Krakauer.