Reforma Tributária: Empresas precisam atualizar sistemas fiscais para se adequar às novas regras
Postado por Redação em 17/04/2025 em NotíciasDurante a transição, sistemas fiscais precisarão calcular dois regimes simultaneamente: os tributos atuais, em vigor até 2033, e os novos
Marcos Tadeu Junior, CEO da Invent - Foto: Divulgação
A Reforma Tributária sancionada em 2024 trouxe mudanças no sistema fiscal brasileiro, exigindo que as empresas se ajustem a novos impostos e processos. Com transição gradual até 2033, as mudanças afetarão diretamente os modelos tributários — um processo de adequação que deverá demonstrar a importância da tecnologia.
De acordo com Marcos Tadeu Junior, CEO da Invent, todas as companhias, independentemente do porte, serão afetadas pela Reforma. Até mesmo o Simples Nacional, voltado para micro e pequenas empresas, precisará se adaptar aos novos impostos (CBS e IBS). No entanto, os impactos serão distintos para cada setor; enquanto alguns negócios pagarão menos impostos, outras, como o setor de serviços, podem enfrentar um aumento na carga tributária, o que exigirá um planejamento financeiro detalhado.
“Setores específicos terão que avaliar como o aumento das alíquotas impacta seus custos e, por consequência, seus preços. O desafio será escolher a melhor estratégia: repassar o custo para o consumidor ou absorver a carga tributária sem afetar a competitividade no mercado”, afirma Junior.
Como o foco principal estará nos ajustes tributários, os softwares especializados também serão um dos principais aliados nesse processo. Esses sistemas ajudarão as empresas a calcular impostos, gerar obrigações fiscais e realizar ajustes conforme as alíquotas forem alteradas. Além disso, a tecnologia oferece ferramentas como simuladores tributários, que permitem aos empresários prever o impacto da reforma e planejar melhor suas estratégias.
Durante o período de adaptação, os sistemas também terão que calcular dois regimes simultaneamente. Assim, as empresas precisarão ajustar seus ERPs para garantir que consigam determinar os impostos atuais (ICMS, ISS, IPI, PIS, COFINS) e os novos (IBS e CBS), sem conflito. Não será necessário trocar os softwares, diz Junior, mas sim adequá-los às novas alíquotas e mudanças nas regras de contabilização.
“Os programas precisarão ajustar o cálculo dos impostos para os tributos atuais, que continuarão vigentes até 2033, e também para o novo regime, com o IBS, que combinará o IVA estadual e federal. Isso exigirá uma reconfiguração, especialmente quando houver alterações nas alíquotas”, explica Junior.
Segundo uma pesquisa da Deloitte, 60% das empresas que adotaram soluções tecnológicas para gestão tributária reduziram em até 30% o tempo dedicado ao cumprimento de suas obrigações fiscais. A digitalização e a automação, portanto, são aliados importantes para garantir a adequação e reduzir riscos e custos operacionais.