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Reforma Tributária e o despertar das indústrias: adaptação fiscal ou redesenho estratégico?

Postado por Thais Borges é diretora comercial e de marketing da Systax em 28/05/2025 em Artigos

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Thais Borges, diretora comercial e de marketing da Systax, discute em seu artigo como a Reforma Tributária, com a fase de transição já prestes a ser iniciada, representa um desafio crucial para a indústria brasileira

A contagem regressiva já começou: em pouco mais de sete meses, o Brasil inicia a fase de transição da Reforma Tributária, um processo que se estenderá até 2033 e que promete redesenhar por completo a forma como empresas lidam com seus tributos. Para a indústria nacional, o desafio vai muito além do compliance, trata-se de um ponto de inflexão que exigirá revisão estrutural de processos, modelos de negócio e, sobretudo, estratégias de competitividade em um cenário global em constante transformação.

Enquanto o novo modelo substitui gradualmente tributos como PIS, COFINS, IPI, ICMS e ISS por CBS, IBS e Imposto Seletivo, as empresas precisarão operar sob dois regimes simultaneamente. Isso, por si só, já demanda um esforço imenso de adaptação. Mas o contexto em que isso ocorre torna tudo ainda mais complexo e decisivo.

A indústria brasileira diante de um novo xadrez global

A nova era tributária não acontece em um vácuo. Vivemos um momento de reconfiguração das cadeias de suprimentos globais, com movimentos como nearshoring ganhando força, empresas diversificando riscos geopolíticos e uma corrida mundial por eficiência produtiva. Nesse cenário, o Brasil precisa decidir se quer ser protagonista ou coadjuvante.

Setores como o automotivo, de eletroeletrônicos, químicos e bens de consumo duráveis estão na linha de frente dessa disputa. Competem com players internacionais que já operam com modelos tributários simplificados, tecnologias embarcadas e margens otimizadas. A Reforma Tributária, portanto, precisa ser vista não como um entrave, mas como uma oportunidade estratégica de equiparar o Brasil a mercados mais maduros em termos de racionalidade fiscal.

Logo, a complexidade da transição exige uma abordagem multidisciplinar. Adequar sistemas, revisar precificação, modelar impactos e formar times preparados são partes do processo. Mas o que pode de fato gerar vantagem competitiva é a capacidade de usar a Reforma como gatilho para modernizar operações, reavaliar redes logísticas e repensar o posicionamento da indústria nacional em sua cadeia global.

Empresas que estão revendo a localização de seus centros de distribuição, por exemplo, não o fazem apenas por obrigação fiscal. Fazem porque entenderam que o novo sistema elimina distorções e incentiva estruturas mais próximas dos mercados consumidores, reduzindo custos e aumentando eficiência logística.

Tecnologia como catalisador de inteligência fiscal e visão de longo prazo

Mais do que implementar ferramentas, o uso da tecnologia precisa ser estratégico. Softwares de compliance fiscal, motores de cálculo e dashboards inteligentes permitem simular cenários, antecipar impactos e tomar decisões baseadas em dados. Em um ambiente de transição tributária, volatilidade cambial e insegurança jurídica, essa inteligência pode definir o futuro de uma operação.

Além disso, entender o novo desenho do mapa de incentivos fiscais incluindo o fim de regimes especiais e benefícios regionais será fundamental para sustentar a rentabilidade. Indústrias que dominam essa leitura estarão à frente na hora de decidir onde e como produzir, distribuir e vender.

Sendo assim, a Reforma não deve ser encarada como um projeto isolado, mas como parte de uma agenda maior de transformação. O mundo está exigindo mais eficiência, mais transparência e mais adaptabilidade. A indústria que responder a isso com inovação, dados, alianças estratégicas e inteligência tributária sairá fortalecida.

Empresas que se anteciparem, conectarem suas decisões fiscais a uma visão integrada de negócios e souberem operar na interseção entre tributação, estratégia e tecnologia, estarão não apenas prontas para a reforma, mas estarão prontas também para o futuro.

Postado por Thais Borges é diretora comercial e de marketing da Systax em 28/05/2025 em Artigos

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