Raízen compra Payly
Postado por Redação em 21/10/2022 em Notícias TechAs operações devem iniciar com potencial de atingir um ecossistema de cerca de mais de 8 mil postos revendedores, 5 mil clientes B2B, 50 milhões de clientes finais
A Raízen, empresa brasileira do setor agro, anunciou a aquisição da Payly, instituição de pagamentos do Grupo Cosan, por cerca de R$ 80 milhões. Com a compra, a companhia passa a ter uma unidade de serviços financeiros própria com 120 funcionários, podendo vender seguros e cartões de crédito.
As operações devem iniciar com potencial de atingir um ecossistema de cerca de mais de 8 mil postos revendedores, 5 mil clientes B2B, 50 milhões de clientes finais, além de 17 mil clientes no segmento de energia elétrica e 1,5 mil lojas e mercado de proximidade e conveniência. Fundada em 2018, a Payly surgiu a partir de um projeto conjunto do Grupo Cosan com o Grupo Manzat, de Ernesto Corrêa Filho, empresário gaúcho que bancou a criação da Getnet, empresa de máquinas de cartão comprada pelo Santander em um negócio bilionário.
A carteira virtual para pagamentos por QR Code e transferências via celular, foi inspirada na Alipay e WeChat, segundo o Brazil Journal. O objetivo da fintech era reduzir o custo de transações ao dispensar bancos, bandeiras e credenciadoras. De acordo com o Pipeline, o Grupo Cosan buscava criar uma carteira digital massificada, que pudesse competir com negócios como o PicPay e AME.
O resultado desejado não foi atingido, mas a Raízen se tornou o principal cliente da Payly, passando a usar seus serviços para o Shell Box, aplicativo de descontos e pagamentos da rede de postos de gasolina. À Raízen, a Payly oferecerá sua plataforma operacional e de tecnologia e uma relação consolidada com parceiros e clientes já em processo de autorização pelo Banco Central do Brasil (Bacen), aspecto que chamou atenção da empresa. Já conectada à solução Shell Box, a plataforma será impulsionada pelo aumento dos meios de pagamento via aplicativo e soluções de crédito para capital de giro B2B.
"Como a Payly não pertencia à Raízen, não havia dentro da empresa um estímulo direto para avançar com isso. Mas se a gente compra a Payly e dá aos negócios 100% da margem financeira, conseguimos conquistar os corações", explica Carlos Moura, CFO da Raízen ao Pipeline.
A estrutura da unidade de serviços financeiros reportará para um comitê formado por executivos e membros do conselho da Raízen, de forma independente, a fim de garantir agilidade e autonomia para tomada de decisões. O negócio da Raízen é a energia proveniente da cana-de-açúcar. A empresa está envolvida desde o cultivo até a produção e venda de açúcar e etanol, a geração de bioenergia e a distribuição de combustíveis por meio da licença da marca Shell.
Com origem brasileira, conta com cerca de 40 mil funcionários e opera 35 parques de bioenergia, com capacidade instalada para moagem de 105 milhões de toneladas de cana com cerca de 1,3 milhão de hectares de áreas agrícolas cultivadas com tecnologia de ponta e colheita totalmente mecanizada.
Por meio de uma rede de mais de 7,9 mil postos revendedores da Shell no Brasil, na Argentina e no Paraguai, atende milhões de consumidores diariamente em suas jornadas. Na safra de 2021 e 2022, a empresa comercializou 34 bilhões de litros de combustíveis por meio de sua infraestrutura que conta com mais de 70 terminais de distribuição pelo país, com presença em 19 portos e 70 bases de abastecimento em aeroportos.
Foto: Centro Administrativo da Raízen em Piracicaba | Crédito: Gabriela Luise Rebouças