Órgão do setor público identifica fraudes com o auxílio da tecnologia
Postado por Redação em 28/08/2019 em Notícias TechControladoria-Geral da União evitou um prejuízo de R$ 812 milhões com análise de dados
O advento da transformação digital, nos apresentou diversas formas de usar a tecnologia em nosso favor.
Pensando nisso, a Controladoria-Geral da União (CGU), anunciou que investiu no uso dessas tecnologias bem como na capacitação de seus servidores para aprimorar os serviços prestados na instituição.
A partir desse investimento, o órgão conseguiu identificar indícios de irregularidades em 15 editais de licitação e pregões eletrônicos federais.
Para tanto, a CGU fez uso de algumas ferramentas de análise de dados, que foram projetadas pelo próprio órgão. A ação só foi possível graças ao acompanhamento sistemático dessas licitações e a implantação de um sistema que a CGU desenvolveu em parceria com o Tribunal de Contas da União (TCU), batizado de Sistema Alice.
Segundo Wagner Rosário, ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), ao emitir esse diagnóstico foi possível poupar aos cofres públicos um potencial prejuízo no valor de R$ 812 milhões.
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"Este ano, somente com a verificação de algoritmos, que faz a mineração de textos e identifica possíveis casos de corrupção em editais, já paramos mais de R$ 812 milhões em licitações. Sem nenhuma ida a campo.", declarou o ministro, que na mesma ocasião se mostrou a favor do uso de novas tecnologias no combate a corrupção.
Na prática, o Sistema Alice faz uso de técnicas de mineração de textos para identificar irregularidades em editais de licitação e de pregões eletrônicos publicados no portal eletrônico de compras do Governo Federal, ComprasNet.
As ferramentas desenvolvidas pela CGU em parceria com o TCU identificam, eletronicamente, inconsistências nos textos desses editais, como, por exemplo, falhas legais que possam comprometer os objetivos da licitação e o resultado do processo, causando prejuízos ao erário.
De acordo com a instituição, entre as evidências apontadas nos processos de licitação que já estavam suspensos ou cancelados foram encontrados sinais de sobre-preço e de direcionamento do processo de escolha da empresa vencedora.
Em alguns casos, não foi possível atestar que a administração pública federal tinha a necessidade de contratar o produto ou serviço que estava sendo licitado.
Com base nesses resultados, Wagner salientou a importância de que os casos já identificados e apurados sirvam como exemplo e passem a incentivar a criação de mecanismos de prevenção, que impeçam ocorrências semelhantes.
Na opinião do ministro, é preciso "superar o ciclo" da detecção e investigação, passando à prevenção e a tecnologia está presente para ajudar durante esse processo.