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O paradigma da transformação digital

Postado por Alexandre Nunes Hernandes em 14/08/2023 em Artigos

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O conteúdo sobre o paradigma da transformação digital foi escrito e assinado pelo vice-presidente de Operações na Softtek Brasil

Alexandre Nunes Hernandes

Imagem: Alexandre Nunes Hernandes, vice-presidente de Operações na Softtek Brasil(divulgação)

A pandemia da Covid-19 foi uma grande propulsora da transformação digital nos negócios, pois fez com que as empresas mudassem seus status quo, investindo em tecnologias que, até então, não eram necessariamente uma prioridade.

Mas, se no início ela surgiu por necessidade – como, por exemplo, na área da saúde, com a telemedicina – hoje, ela avança a passos largos e alcança todos os setores.

Quando fui estudar o tema em meu Doutorado, descobri que a transformação digital tem pouco a ver com tecnologia, e tudo com estratégia, capacidade, liderança, governança e modelo de negócio. Só então, entra a infraestrutura e tecnologias digitais.

Não adianta discutir tecnologia por si só. Afinal, ideia todo mundo tem, e o que mais surge hoje em dia são startups.

Porém, não à toa, dados do IBGE indicam que 1 em cada 5 empresas fecha as portas no primeiro ano de operação, enquanto cerca de 40% encerram as atividades até o quinto ano de operação. A realidade é ainda mais dura para quem escolhe se distanciar dos modelos de negócio convencionais e fornecer soluções inovadoras ao mercado.

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Isso ocorre porque apenas a tecnologia aplicada não sustenta a estratégia do negócio. É preciso entregá-la como um valor para o mercado, usando-a em prol da sociedade, e sem esquecer do ser humano por trás dela. Até porque, a tecnologia nada mais é do que o resultado do conhecimento de um ser humano, só que aplicado.

A Kodak é um case emblemático que exemplifica como a tecnologia por si só, sem uma mudança na estratégia e no modelo de negócio, não leva ao sucesso.

A empresa americana teve sua era de ouro no mercado durante a década de 1970, quando tinha 90% das vendas de filmes e 85% das vendas de câmeras dos Estados Unidos, além de uma forte presença mundial, inclusive no Brasil.

A companhia foi pioneira no desenvolvimento de muitas tecnologias, inclusive da câmera digital, criada pelo seu engenheiro Steve Sasson, em 1975.

O paradigma da transformação digital

Mas, embora fosse uma ideia inovadora e tivesse uma longa lista de patentes, a Kodak nunca quis que isso fosse para o mercado propriamente dito, por medo de acabar com o seu modelo de negócio antigo, que era a sua “galinha de ouro” até então.

Por isso, não levou as câmeras digitais para o mercado no momento certo, e foi ultrapassada principalmente por gigantes japonesas: Canon, Sony e Fuji.

Em 2012, a empresa decretou falência. E, apesar dos esforços, está longe de voltar a ter a relevância que já teve um dia. Hoje, vemos um movimento parecido, por conta das câmeras em smartphones, muitas vezes melhores que as câmeras profissionais.

A Netflix, por outro lado, é um exemplo de sucesso de tecnologia aliada a uma boa estratégia e quebra de paradigmas. Ela começou seu negócio como uma locadora de DVD, mas se tornou uma empresa de streaming, transformando seu negócio para acompanhar as demandas tecnológicas.

É preciso considerar que cada empresa é um organismo vivo diferente, operando dentro dos seus recursos e capacidade, tanto internos como do mercado. E nem todo mundo avança no mesmo ritmo.

A tecnologia sempre esteve atrelada à nossa evolução, mas existe uma distinção entre tecnologia criada e tecnologia assimilada. A Inteligência Artificial é um bom exemplo, já que foi criada na década de 1950, mas só recentemente passou a ser utilizada. Isso porque ela precisava do desenvolvimento de outras tecnologias para viabilizar o seu funcionamento, com grande capacidade de armazenamento e processamento de dados.

Diante da maior disseminação dessa e de outras tecnologias, um dos temas que vem sendo discutido é que o desenvolvimento da tecnologia precisa estar atrelado à responsabilidade social, pois não adianta ter tecnologia por tecnologia. É preciso manter a evolução tecnológica sem impactos negativos na sociedade. Hoje, empresas de todos os portes e segmentos precisam estar atentas a isso.

Se há cerca de 5 anos o discurso era de que a Inteligência Artificial viria para potencializar o trabalho do ser humano, hoje já se fala em substituir o ser humano.

Estou há 25 anos na Softtek e já dediquei mais da metade da minha vida à área de consultoria em tecnologia, buscando sempre ajudar o meu cliente a não olhar a tecnologia per se, mas como algo que vai ajudar o negócio dele e que requer análise organizacional, adequação e eficiência operacional.

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Se a empresa tem uma estrutura tradicional e hierárquica, deve se adaptar aos novos tempos. Por isso digo que, antes de mais nada, o sucesso de uma empresa depende de alguns fatores: em primeiro lugar, é preciso ter uma estratégia bem definida, com visão, missão e objetivos claros. Isso é fundamental, pois será a base de toda a estrutura.

Em paralelo, é necessário um bom time de liderança, capacitado e preparado para reger o direcionamento desta estrutura, pautado em uma cultura organizacional que transmita toda essa estratégia desenhada e alinhada. Por fim, a governança deve estabelecer como gerir essas estratégias, para dar seguimento.

Esse “passo a passo” vem antes do investimento em tecnologia, e será “o caminho das pedras” por onde a organização percorrerá e resistirá a tantas mudanças durante os anos.

Isso, claro, sem esquecer que a empresa é constituída por seres humanos, e é por meio das pessoas que a gente entrega valor para os clientes.

* Alexandre Nunes Hernandes, vice-presidente de Operações na Softtek Brasil

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Postado por Alexandre Nunes Hernandes em 14/08/2023 em Artigos

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