Novo contador: De emissor de relatórios à fonte de informações de decisão
Postado porJosé Carlos Fortes
em 19/07/2017 em ArtigosAntes desse avanço da tecnologia, poucas pessoas se davam conta de que aquelas atividades burocráticas e braçais resultavam em informações...
Antes desse avanço da tecnologia, poucas pessoas se davam conta de que aquelas atividades burocráticas e braçais resultavam em informações defasadas no tempo que, em tese, não eram utilizadas por ninguém, tendo em vista que os empresários não conseguiam visualizar a situação fiscal de suas empresa em tempo real.
Assim, naquela época, ainda que um balanço fosse entregue integralmente correto, ele não servia para a tomada de decisões, devido ao próprio atraso na consolidação das informações.
Nos últimos anos, porém, a implantação do processo de SPED, com geração de dados de forma integrada com o fisco, vem reduzindo as atividades braçais dos contadores. Foi então, que o mercado começou a exigir dos profissionais de contabilidade entregas essencialmente qualitativas, com informações contábeis e fiscais mais estruturadas, análises detalhadas e orientações consultivas que agreguem valor à gestão da organização. Nesse processo de transição, do perfil operacional para o consultivo, o contador tem se visto desafiado a entender o negócio do cliente, suas necessidades e estratégias, para, por meio de dados, conhecimentos e argumentos sólidos, apresentar-se como seu novo parceiro e não apenas um escriturador e emissor de relatórios.
Para implantar essa mudança no próprio escopo de trabalho e na cultura do cliente, o contador deve começar considerando uma analogia simples. Periodicamente, nos dirigimos ao médico para a realização de consultas e exames para evitar supressas desagradáveis com relação ao bom funcionamento do nosso corpo, certo? Nas companhias, o contador deve ser percebido como o ?doutor? responsável pelo check-up preventivo da saúde dos negócios, por meio de consultoria contínua e auditorias contábeis. A ideia é ter a chance de identificar ações que possam ajudar na tomada de decisões, evitar prejuízos financeiros, sobretudo com relação à multas e negociações equivocadas.
Como produtor de softwares contábeis através da nossa empresa Fortes Tecnologia em Sistemas, percebo que, nos últimos anos, empresários e contadores vêm elevando suas percepções sobre o valor de ter em mãos informações contábeis e gerenciais que tenham como base a integração de sistemas, análises de Big Data e Business Intelligence (BI). Isso é um bom sinal, porque se antes o Fisco não dispunha de ferramentas para acompanhar e checar a idoneidade das informações em tempo real, hoje o empresário que não possuir um processo afiado de fornecimento de informações ao poder público corre o risco de ter graves prejuízos.
A tecnologia, sobretudo com sistemas web, está abrindo um novo mundo para a atividade contábil, em um processo evolutivo sem volta. É primordial que os profissionais da área se mantenham atualizados quanto a assuntos tributários e de tecnologia, seja por meio de cursos presenciais ou online, webinars, troca de informações com seus pares, participação em eventos do setor e análise aprofundada das tendências da tecnologia para o segmento. Invista ainda em atividades que aprimorem ou desenvolvam seu espírito empreendedor e sua habilidade de comunicação. Continue quantitativo, porém com um posicionamento de consultor.
Não leve para o seu cliente apenas contas para pagar, balancetes e demonstrações contábeis. Sugira uma rotina de encontros periódicos e apresente oportunidades de melhoria para os negócios dele. Agregue valor para as empresas e verá seu serviço ser elevado do status de custo para o de um dos melhores investimentos que qualquer empresário possa fazer.
O contador de hoje é um parceiro consultivo do cliente, com potencial para fazer a diferença nos negócios de qualquer companhia!
José Carlos Fortes
em 19/07/2017 em Artigos