ERP: a imposição da nuvem híbrida e resposta para ancorar as médias empresas

Décio Krakauer, CEO da Ramo

Historicamente, a adoção de sistemas ERP representa uma transição de simples ferramentas tecnológicas para pilares da cultura empresarial. Com o avanço da nuvem híbrida, agora como imposição de cenário, o aumento da complexidade da gestão está atingindo, em cheio, as estruturas do SMB de perfil corporativo (com movimento entre R$ 300 milhões a R$ 1 bi). Este é um fenômeno que já se reflete nas estratégias de entrega da vanguarda indústria de software de gestão.

Um dos exemplos mais claros desse movimento está em iniciativas como a da SAP, maior formador de tendência de inovação, no topo da indústria global – em todas as verticais - ao criar uma alternativa “Public Cloud” para o seu produto “core”, o S/4HANA.

Trata-se, explicitamente, de apoiar os processos de transição e renovação dessa faixa de negócios, através da redução dos custos de acesso à tecnologia mais robusta, com implementação em até cinco meses. Sabemos que este prazo, bastante tangível, é um fator essencial para o planejamento e justificativa financeira de projetos de gestão estratégicos.    

No contexto brasileiro, a tecnologia S/4HANA em nuvem surge como uma solução viável para um grande contingente que ainda não tinha acesso à infraestrutura SAP e que, portanto, ainda corria riscos de improvisação e nível elementar de maturidade e compliance na tomada de decisões baseadas em dados.

Mas esta diversificação e alargamento do acesso a ferramentas de gestão de ponta não se limita a ser um reflexo das mudanças do ambiente produtivo. O fato é que o provável espraiamento da infraestrutura do S/4HANA, para um número muito maior de usuários, vai impulsionar e acelerar a requalificação desse contingente em função das agruras da realidade híbrida e multifacetada. Uma transformação crucial diante de ambiente computacional no qual o próprio data center passa por abstração.

A visão por trás desse novo modelo, expressa pela SAP, é a de que as empresas médias com movimentação mais relevante precisam resistir à forte pressão da transformação digital, absorvendo uma gestão competitiva, antes restrita ao setor mais fortemente estruturado em função da maior escala.

A entrega em cloud pública da infraestrutura S/4HANA se alinha com a estratégia observada nas formas de gestão da indústria 4.0 e traz para a arena da média empresa robusta alguns paradigmas de ponta que fortalece a integração do negócio.

Temos assim uma relativa “democratização” da infraestrutura de gestão mais complexa do mercado em direção a empresas de todos os portes (na faixa de receita já citada), visando não só a eficiência operacional, mas também a evolução cultural que os novos tempos exigem.

Uma das principais vantagens dessa entrega em nuvem pública é a sua flexibilidade financeira. Ao contrário das implementações locais, que exigem desembolsos substanciais de capital e um prazo excessivo para a migração dos dados, a versão em nuvem opera sob um modelo de pagamento por uso que já está hoje assimilado, mesmo entre as pequenas empresas. Isso significa que os usuários podem evitar grandes despesas iniciais e optar por uma estrutura de custos mais previsível e escalável ao longo do tempo.

Além disso, os custos operacionais são minimizados e enquadrados em margens de TCO exaustivamente estudadas pelo fabricante de ERP, que é o grande formador de modelo inovador. A manutenção e atualização da infraestrutura são gerenciadas pelo provedor de nuvem, liberando recursos internos para focar em iniciativas estratégicas.

Além dos benefícios financeiros, a solução “cloud” oferece uma implementação mais rápida e simples. Com a infraestrutura pré-configurada e pronta para uso, as empresas podem iniciar rapidamente seus projetos de transformação digital, reduzindo o tempo de inatividade e acelerando o retorno sobre o investimento. As atualizações automáticas garantem que as empresas tenham acesso às últimas inovações e recursos sem interrupções no serviço.

Além de tudo isto, o fator a elasticidade se sobressai, e aí entra também a racionalização dos custos de segurança, uma prioridade de vida ou morte no ambiente de negócios atual, e cujos custos operacionais costumam estar acima do aceitável.

Esta classe de médias empresas se beneficia das medidas de segurança de última geração implementadas pelos provedores de nuvem, incluindo a proteção contra ameaças cibernéticas, conformidade regulatória e acesso controlado aos dados. Isso proporciona tranquilidade aos gestores e clientes, garantindo a integridade e confidencialidade das informações empresariais.

Através de processos pré-configurados e habilitados para a necessidade de cada negócio, esta oferta cloud de ERP demanda esforços mínimos de configurações e garante uma linha evolutiva Low code/No code, empregando plugins de IA generativa que aceleram a inovação.

O acesso facilitado a estra infraestrutura “premium” permite às empresas uma transição suave para a era digital mais profunda, graças aos seus processos adaptativos e orquestráveis. Isso evidencia a democratização da adoção do S/4HANA pelas médias empresas, resultando em redução significativa de custos e prazos de implementação.