Entrevista com Walmir Scaravelli, sócio-fundador da MEGA Sistemas
Postado porRedação
em 28/08/2014 em EntrevistasO Portal ERP este mês entrevista o sócio-fundador da MEGA Sistemas, Walmir Scaravelli (foto) Conte-nos um pouco sobre a história da...
O Portal ERP este mês entrevista o sócio-fundador da MEGA Sistemas, Walmir Scaravelli (foto)
Conte-nos um pouco sobre a história da MEGA Sistemas.
A Mega Sistemas Corporativos é uma empresa 100% nacional, que iniciou as suas atividades em 1985 desenvolvendo softwares e comercializando equipamentos. Quando os computadores começaram a se popularizar e a rentabilidade do hardware caiu, percebemos que deveríamos nos focar apenas no desenvolvimento de softwares, que era um mercado onde tínhamos um produto diferenciado.
Começamos a desenvolver os módulos básicos do ERP, como Contabilidade, Financeiro, Materiais, Distribuição e Folha de Pagamento, e fomos uma das primeiras empresas a embutir um Gerador de Relatórios e Gráficos no sistema, o que não era comum na década de 80. Cada vez com soluções mais robustas e segmentadas, fomos agraciados na década de 90 como a melhor solução contábil na avaliação da revista PC Magazine, a mais respeitada revista de tecnologia da época.
Com o tempo, nos especializamos em mercados verticais como Construção, Manufatura e, mais recentemente, empresas de Serviço.
Hoje desenvolvemos ERPs completos e somos reconhecidos no mercado pela alta especialização que possuímos nos setores em que atuamos.
Em 29 anos de atuação construímos uma companhia com solidez e tradição no mercado brasileiro, que conta com mais de 20 canais de atendimento em todo o Brasil, 700 colaboradores, 2.000 clientes e 50.000 usuários. Hoje estamos entre as cinco maiores produtoras de ERP nacionais, tendo figurado por quatro anos consecutivos entre as Melhores Empresas de Tecnologia para se Trabalhar, listada entre as Pequenas e Médias Empresas que mais crescem no país últimos 5 anos pela avaliação da Exame e Deloitte, e fomos mencionados também como o Software número um em Gestão de Construtoras pelo Anuário Série Estudos.
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Quais os mercados atendidos pela empresa hoje?
Atualmente a Mega foca sua atuação nos segmentos de Construção, para os quais atende os subsegmentos de Construção Civil, Construção Pesada, Incorporação e Urbanismo; Manufatura, especificamente em metalúrgicas, alimentícia, química, farmacêutica e têxtil; Logística; Distribuição de Combustíveis; Agrobusiness, no qual somos especialistas no mercado sucroalcooleiro, atendendo também multiculturas e fruticulturas; e finalmente Serviços, voltado à gestão de projetos técnicos, assistência técnica e manutençãoe ativos.
Quais os produtos /soluções oferecidos pela empresa?
Para todos estes segmentos as soluções oferecidas contam com módulos administrativos (backoffice), que compõem a nossa solução Mega Empresarial, que podem atender outros mercados além dos módulos especializados em cada setor de mercado - Mega Construção, Mega Manufatura, Mega Logística, Mega Combustíveis e Mega Agrobusiness - tornando a gestão ainda mais detalhada e precisa.
Além disso, soluções estratégicas complementam a gestão com produtos como o Mega Estratégico, que oferece visões detalhadas para a tomada de decisão, portais web integrados ao ERP, que facilitam a atuação das empresas, como o Portal de Vendas (segmento Mega Construção), que permite alocar no stand de vendas todo controle durante o lançamento de novos empreendimentos, bem como o acompanhamento das vendas, análise de contratos, geração de propostas, visualização de cenários, etc; o Portal do Cliente, um facilitador no relacionamento entre a incorporadora e o cliente final e o Portal de Obras.
E dentre as novidades mais recentes temos ainda iniciativas criadas para atender novas tendências e devices do mercado, como o Google Glass. Para este caso, por meio da parceria com a GeoMob, startup desenvolvedora de soluções de mobilidade digital, foi possível criar um aplicativo para tornar possível a visualização das principais informações disponíveis no ERP diretamente na tela do Google Glass, trazendo o wearable para dentro dos escritórios e agregando um novo conceito ao óculos.
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A MEGA Sistemas é hoje referência como provedora de soluções de TI para o mercado de Construção Civil.
Como a empresa chegou a este resultado em um setor tradicionalmente conservador em relação a aplicação de tecnologia? Quais os desafios encontrados? Nossa divisão voltada ao setor de construção surgiu há 15 anos, a partir da visão de profissionais experientes deste mercado, que sentiram, durante sua vivência, a falta de uma solução que atendesse de maneira completa a gestão do segmento. A partir dessa observação, iniciamos o projeto de um módulo focado em Construção Civil e Incorporação, agregando ao produto recursos onde sentimos deficiências no mercado.
Como nessa fase já contávamos com um backoffice completo, a integração dos módulos foi a base para iniciarmos uma nova geração de produtos para o setor da construção. Assim, conhecíamos bem as necessidades, dificuldades, barreiras e expectativas. E tínhamos em mãos o produto ideal para atendê-las de maneira completa. Com isso fomos ganhando mercado e ao mesmo tempo em que coletávamos os frutos deste trabalho, acompanhamos de maneira assertiva o aquecimento do mercado ao longo dos últimos anos, sempre promovendo a constante evolução de nosso produto e agregando inovações que contribuíssem ainda mais este crescimento.
Nos últimos anos, deixamos de atender apenas a construção civil e a incorporação para entrar nos mercados de construção pesada e urbanismo, trazendo novas possibilidades com o mesmo produto e tornando a gestão a cada dia mais completa. Criamos portais web para apoio em controles de vendas, obras e relacionamento com clientes, desenvolvemos novas funcionalidades, e tudo absolutamente integrado e adequado ao perfil de cada cliente através de sua estrutura modular. Os resultados derrubaram o conservadorismo em relação à tecnologia do setor, em especial quando a Revista Exame divulga as empresas que mais se valorizaram no segmento nos últimos anos e percebemos que a maior parte delas são nossos usuários.
A que cada dia que passa, as construtoras percebem que o investimento em tecnologia gera redução de custos e maior eficiência corporativa, refletindo diretamente nos resultados financeiros da organização.
A empresa tem como filosofia estar atenta às novas tendências e inovações na área de TI.
Fale-nos um pouco sobre a nova parceria tecnológica para utilização das soluções da Mega Sistemas no Google Glass.
É sempre um grande desafio e ao mesmo tempo um cenário de ricas possibilidades acompanhar a evolução tecnológica, que se torna a cada dia mais veloz. Mas contamos com equipes que permanecem constantemente atentas ao mercado e em busca de inovações para agregar as melhores soluções para nossos clientes. E tão logo o Google Glass foi lançado, buscamos uma parceria com a GeoMob, startup que desenvolve soluções de mobilidade digital através de tecnologias como geolocalização e realidade aumentada, com o objetivo de desenvolver um aplicativo que permitisse trazer o device para dentro dos escritórios, fábricas, canteiros de obras, galpões de logística, dentre outros ambientes corporativos, e facilitar, assim, o dia a dia das empresas.
Acreditamos que o seu uso pode rentabilizar uma corporação, pois torna seus colaboradores mais eficientes e assertivos e o acesso a informações estratégicas para os negócios mais ágil, democrático e transparente. Nosso maior desejo era ir além e extrapolar a esfera do entretenimento, para o qual o Glass é idealizado. Entramos, então, para o Explorer Program do Google em Outubro de 2013, um projeto fechado para empresas desenvolvedoras com o objetivo de explorar possibilidades e testar os óculos, para que quando ele fosse lançado no mercado, já contasse com uma série de aplicativos para o público.
Assim, criamos o Mega Estratégico & Glass, aplicativo que permite colocar os dados gerenciados pelos sistemas de gestão da Mega diretamente na tela do Google Glass. Com ele é possível ter acesso a informações essenciais para o fechamento de um novo negócio sem riscos operacionais ou financeiros, por meio de um simples comando de voz. Enquanto gestores podem visualizar volume de vendas e o fluxo de caixa, por exemplo, colaboradores operacionais podem utilizar a solução para controle de estoque e armazém, atendendo diversas esferas do núcleo corporativo.
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Em sua opinião, em que grau de maturação o Brasil se encontra no que diz respeito ao entendimento do conceito de uso do ERP, tanto do usuário final como do profissional responsável pela implementação ou o desenvolvimento da ferramenta?
O Brasil é um dos poucos países do mundo que conseguiu manter uma indústria forte de software de gestão. Isso ocorreu pela complexidade da nossa realidade fiscal e trabalhista.
Os softwares internacionais possuem grande dificuldade de se adaptar à nossa realidade, que não é apenas complexa, mas dinâmica, já que toda semana surgem novas obrigações e legislações, em especial nas áreas citadas.
Isso trouxe não apenas uma forte barreira de entrada aos softwares estrangeiros, como também obriga o empresário a investir em software de gestão, pois sem uma ferramenta eficiente é praticamente impossível administrar uma empresa de médio ou grande porte.
Segmentos mais conservadores percebem que uma boa gestão é primordial para o crescimento.
A época de grandes margens acabou há muito tempo e o empresário melhor preparado descobriu que a implantação de um ERP, embora seja um processo quase sempre dolorido, é fundamental para se destacar da concorrência.
Apenas empresas de pequeno porte ainda não se deram conta da importância deste investimento, mas creio que o número de desavisados está reduzindo a cada dia.
Quais os lançamentos da empresa para 2014/2015?
Neste momento nosso foco concentra-se no lançamento do produto Mega Serviços, que atenderá demandas pouco exploradas no mercado.
Acreditamos que o módulo funcionará como um facilitador da gestão de empresas de serviços, reduzindo custos, melhorando os controles internos e com terceiros, além de proporcionar maior eficiência nos processos. O produto estará no mercado em Setembro e ainda em 2014 já deve representar resultados promissores para a companhia.
Além disso, continuaremos trabalhando no projeto Mega Estratégico & Glass, que deve ser impulsionado tão logo a Google anuncie as vendas do device no Brasil, o que deve acontecer, ainda este ano.
Como você enxerga o mercado de ERP daqui a 05 anos?
Este mercado sofrerá uma profunda transformação nos próximos anos. Eu sempre digo que os ERPs sofreram pequenas alterações nas últimas décadas, mas creio que eles sofrerão mais evoluções nos próximos cinco anos do que tiveram nos últimos 30.
Na lista de mudanças podemos destacar o maior número de devices, pois o que antes se restringia a teclado e tela agora se amplia para tablets, smartphones, SmartTVs, Glass, além de diversos dispositivos que estão sendo conectados no que se chama "Internet das Coisas".
Também o que deve mudar muito nos próximos anos é a forma de se comunicar com o ERP. Hoje ainda imputamos dados pelo teclado e recebemos informação na tela, exatamente como há 30 anos, mas eu creio que falta muito pouco para que possamos nos comunicar de uma maneira mais natural, quase que conversando com o sistema e este possa lhe passar informações audíveis. Já experimentamos isso em nosso laboratório e tivemos grande sucesso nas primeiras experiências, acho que em poucos anos poderemos simplificar muito o uso do ERP e isso será um grande diferencial.
Contudo, deve-se tomar cuidado. Hoje já existem vários Softwares de Gestão em nuvens, que parecem extremamente simples, mas não são flexíveis e não atendem, mesmo que parcialmente, empresas de médio e grande porte. O segredo está em desenvolver um produto que seja flexível, completo e ao mesmo tempo simples de usar. A empresa que lançar este produto primeiro será rapidamente reconhecida pelo mercado.
Redação
em 28/08/2014 em Entrevistas