Como faremos pagamentos em 5 anos?
Postado porCleber Martins
em 31/07/2017 em ArtigosNo entanto, até lá, nossos pagamentos ainda passarão por muitas reviravoltas. Algumas mais próximas que outras. Como serão, então, os...
No entanto, até lá, nossos pagamentos ainda passarão por muitas reviravoltas. Algumas mais próximas que outras. Como serão, então, os pagamentos em 5 anos? Essa é uma pergunta difícil de responder, mas vou arriscar alguns palpites.
De acordo com uma pesquisa da We are Social em parceria com a Hootsuite, divulgada no início de 2017, 50% da população mundial já é usuária de internet e esse número tende a aumentar cada vez mais. Por isso, não há dúvidas: o futuro é digital. Ospagamentos por celular via NFC, por exemplo, estão mais próximos da realidade. A Near Field Communication é uma tecnologia que permite a troca de informações entre dispositivos sem a necessidade de cabos. Se o consumidor tiver seus cartões cadastrados em uma carteira virtual, por exemplo, já há lugares onde basta tocar o smartphone em um sensor para finalizar a compra.
Quer um exemplo prático? O Bilhete Único da cidade de São Paulo permite a recarga via smartphone que possua a tecnologia NFC. Você paga pelos créditos em um aplicativo e, após a aprovação, basta encostar o cartão no celular e ele reconhece a recarga imediatamente. Isso economiza o tempo das pessoas, que não precisam mais parar em um terminal, inserir o cartão na máquina de recarga e aguardar que ele libere os créditos. Em 5 anos, ou até menos, isso não soará tão revolucionário quanto parece hoje.
Não só o smartphone, mas todo tipo de dispositivo será, em breve, um meio de pagamento ? é a era da Internet das Coisas. Relógios, televisores, carros, óculos... as opções são incontáveis. Um estudo da Ovum, em parceria com a ACI Worldwide, aponta que 49% das organizações nos EUA já estão desenvolvendo ou planejam oferecer capacidades de pagamento integradas a novos dispositivos. Em cinco anos nós provavelmente andaremos por aí não apenas sem dinheiro ? o que já é bastante comum ?, mas também sem nossos cartões.
As Redes Sociais também são um importante canal. Elas mudaram nosso modo de comprar. A Pesquisa Nacional de Varejo, realizada pelo Sebrae, aponta que os canais preferidos dos e-commerces para concretizar as vendas já são as Redes Sociais. E elas têm se movimentado para abraçar essa tendência.
O app Telegram, por exemplo, permitirá pagamentos via bots, aplicações que simulam interações humanas de forma automatizada. O usuário pedirá um produto ou serviço ao robô, que computará a venda e disponibilizará o botão ?pagamento?, onde serão pedidas informações de cartão, endereço de entrega e confirmação de compra. Algo bastante semelhante também está em desenvolvimento para o Messenger, app de conversação do Facebook. O Whatsapp, por sua vez, integrará, na Índia a funcionalidade de pagamento entre pessoas ? um tipo de carteira virtual, por meio da qual será possível transferir valores para qualquer um, sem a intermediação de instituições financeiras.
Em alguns anos, esse tipo de sistema será incrementado com Machine Leaning, a tecnologia de análise de dados que alimenta soluções voltadas para inteligência artificial. Imagine, então, um bot inteligente, que conhece seus gostos e hábitos de consumo, capaz de realizar um atendimento e venda personalizados, com sugestões de preços, produtos e formas de pagamento que sigam os seus gostos e costumes. Quase mágico, não? Talvez até um pouco preocupante.
É por essas e outras que a segurança também será ponto crucial dessa evolução. Cada vez mais será preciso investir em tecnologias de prevenção à fraude na Internet das Coisas e na proteção dos dados considerados Big Data. Afinal, toda essa exposição online faz usuários e empresas mais vulneráveis. E a última coisa que nós queremos é que nossas informações caiam em mãos erradas.
Como comentei, é impossível dizer com precisão como faremos pagamentos em 5 anos, mas uma coisa é certa: usaremos menos dinheiro em papel - e até menos o cartão de crédito em sua versão física. O futuro é, cada vez mais, dos dispositivos e redes que nos conectam ao mundo virtual. E não há como fugir disso.
Cleber Martins
em 31/07/2017 em Artigos