Como calcular os custos de migração para a nuvem olhando além das calculadoras de TCO
Postado por Michael Bathon, vice-presidente de serviços em nuvem da Rimini Street em 21/03/2022 em ArtigosOs provedores de nuvem (AWS, Azure e GCP) têm uma calculadora online que ajuda as organizações a estimar o custo total de propriedade (TCO) associado à migração para seus serviços.
Essas ferramentas geram estimativas de custo com base em variáveis como carga de trabalho do servidor, infraestrutura de banco de dados e armazenamento e a quantidade de banda larga de rede que normalmente a organização consome. Porém, quando falamos em migrar para a nuvem, podemos ir além das calculadoras de TCO para entender todos os custos por trás da migração e os reais benefícios que as companhias ganham com a mudança.
Muitos não sabem… mas as calculadoras de TCO, além de focar somente em computação, armazenamento e E/S de dados, raramente contabilizam todos os custos de migração para a nuvem que as organizações precisam considerar, e não mostram o valor real que a nuvem pública pode oferecer. Separamos os cinco outros custos (e benefícios) que toda empresa deve levar em consideração ao analisar o TCO completo da migração para a nuvem:
-
Recuperação de desastres
Muitas organizações não têm a solução de recuperação de desastres (DR) que realmente necessitam, mas sim que podem pagar. Já em ambientes em nuvem, as companhias podem ter a recuperação de desastres correta sem custos onerosos porque têm a possibilidade de criar um ambiente de DR que “imita” a produção sem pagar por recursos ociosos. Ao calcular o TCO da nuvem, o benefício de um DR ativo deve ser considerado - porém a maioria das calculadoras online não faz isso, nem calcula o prejuízo da perda de continuidade dos negócios se e quando ocorrer um desastre.
-
Mão de obra
O desgaste dos funcionários é outro custo mal analisado pelas calculadoras de TCO, que consideram somente o aumento de produtividade, mas não todos os benefícios que os colaboradores ganham. As organizações precisam estar cientes de dois itens: a economia de mão de obra ao migrar para a nuvem e os custos de não migrar. Também devem ser considerados os custos de treinamentos/capacitações para desenvolver as habilidades certas da equipe de TI . Afinal, os profissionais precisam adquirir as habilidades que a nuvem demanda.
-
Avaliar os custos da operação como um todo
Para realizar uma análise completa de TCO, as empresas precisam analisar os custos totais de suas operações. Cada peça de software, hardware e os profissionais da área de TI precisam estar contabilizados - este processo é tedioso mas necessário - nenhum item deve ser esquecido.
A equipe de TI precisa firmar parceria com o departamento financeiro para, juntos, fazerem um trabalho completo e correto. Nas grandes companhias, por exemplo, contratos mensais de suporte de hardware de US$ 5.000 ou US$ 10.000 são pagos sem alguém analisar a real necessidade deste custo. Mas para saberem a economia de custos que a nuvem traz, até gastos como este devem ser colocados no papel.
-
Suporte contínuo ao data center
Caso as companhias precisem deixar uma parte dos sistemas críticos em um data center porque o serviço em nuvem não oferece suporte total, uma alternativa para isso é optar por um Colocation para hospedar o software em versões mais antigas, tirando-o do sistema operacional atual. Para sistemas antigos que não são compatíveis com x86, a migração para a nuvem pode ser complicada, mas algumas empresas podem mover fisicamente o hardware — ou fornecer hardware que rode um sistema operacional como Solaris ou AIX.
-
Outros custos centrados na organização
Cada organização tem vários outros custos associados à migração para a nuvem, que variam de acordo com seu tamanho, negócio e necessidades específicas. É aconselhável gerenciar esses custos mês a mês – a menos que cada item seja examinado regularmente, os cálculos de TCO provavelmente não serão totalmente válidos.
Outras coisas a serem consideradas são os serviços complementares específicos de cada fornecedor de nuvem e os preços com desconto dos contratos de longo prazo. Embora possam parecer negócios atraentes, é mais um motivo para examinar com total atenção os gastos atuais versus o que será gasto na nuvem. Mesmo que os fornecedores prometam preços com desconto para contratos de três ou cinco anos, as organizações podem sim pagar a mais se houver serviços que não são utilizados.
Um recente estudo de caso da AWS descreve como o Airbnb mudou para um modelo de preços flexível e deixou de utilizar instâncias sob demanda. Como resultado, o Airbnb cortou seus custos de armazenamento em aproximadamente 27%, enquanto a mudança do armazenamento UltraWarm para o Amazon OpenSearch Service levou a uma redução de 60% nos custos de infraestrutura de log.
As reduções de custos são difíceis de calcular porque variam de acordo com cada caso, mas a maioria dos estudos publicados dos três grandes provedores de nuvem indicam uma faixa de economia de 25% a 40%. No entanto, para saber se esses números são precisos é necessário se debruçar no TCO completo - um processo demorado e árduo que envolve vários departamentos avaliando minuciosamente o que está sendo gasto e o que seria gasto ao migrar para a nuvem. Quando este trabalho é feito, os números se tornam mais “reais”. As análises de TCO precisas geram benefícios de longo prazo para as companhias.
Foto: Michael Bathon, vice-presidente de serviços em nuvem da Rimini Street