As 5 tendências em Pagamentos para 2024

O CEO da Trio Payments, Peterson Ferreira dos Santos cita as 5 tendências em pagamentos para o ano que vem

Foto: Divulgação

A chegada de um novo ano se aproxima e com ele, novas possibilidades. Passa ano, mas uma característica permanece. Empresas que evoluem estão sempre buscando incorporar novidades ao seu portfólio de serviços, e muitas vezes lutando para modernizar seus processos internos. Falar de pagamentos para empresas de e-commerce e varejo já é comum, mas quando nos voltamos ao financeiro de empresas tradicionais ou até ao setor de serviços, é bem diferente. O que ainda vemos (pleno 2023!) ainda é uma profusão de boletos, e do sistema de pagamento bancário que mais cai em desuso no mundo, a TED e o DOC. A TED teve uma queda de 29% no ano passado, enquanto as transações PJ por Pix, por exemplo, cresceram 105% segundo o Bacen.

No último ano tive a chance de visitar eventos de inovação no mercado financeiro como Money2020 Europe e Money2020 Global, Fintech Nexus USA, Finance Executive Summit e o próprio ERP Summit, onde compartilhei e também absorvi novas perspectivas sobre o futuro de sistemas de pagamentos internacionais, movimentações no setor de apostas e transações de ativos digitais. Isto, somado ao ano de trabalho observando regulatórios dentro da Trio Payments, me fizeram ter a visão de algumas tendências que estão prestes a virar realidade. Podemos enxergar um futuro com mais agilidade nas movimentações, muito mais segurança. Intermediários prestes a sumir, redundância para credibilidade e muitas outras novidades estão a caminho. A seguir, gostaria de compartilhar algumas destas tendências de pagamentos para 2024 com vocês:

1- Pix Conciliado

Emitiu, pagou, deu baixa. Tal qual o boleto, mas o vendedor recebe na hora e custa apenas alguns centavos. Na hora de cobrar, o financeiro tem pavor da palavra Pix, porque falta a conexão com o sistema para dar baixa. Mas ter um Pix Conciliado não é tão difícil quanto alguns dinossauros pensam! Ele surgiu para tomar o lugar do Boleto, particularmente por conta de uma imposição feita para as concessionárias em 2023. Você nunca se perguntou como as concessionárias públicas (luz, água) dão baixa no pagamento com Pix enviado para milhões de pessoas? Ainda assim, seu banco não oferece Pix Conciliado - porque não ganha nada com isso. Por isso é mais que necessária a figura do:

2- Gestor de Pagamentos

Empresas que lidam apenas com pagamentos têm uma grande oportunidade de expansão em 2024. A figura do gestor de pagamentos foi apresentada primeiramente no Fórum Pix na metade do ano, e deve ganhar relevância ao longo de 2024 por poder atuar como um link entre empresas e bancos, gerando agilidade para integrar novos sistemas e regras para remessas internacionais, meios de pagamento e atualizações legais. Os gestores já existem e são chamados de "orquestradores de pagamento" - basicamente entidades que pegam diversas soluções e oferecem para os clientes, especialmente os que precisam abrir novos mercados de forma acelerada.

3- Tap to Pay

O tap-to-pay é um pagamento com cartão de crédito sem maquininha, direto no software de POS instalado no aparelho celular. Assim como o cartão pode ser digital e o pagamento por aproximação, agora a maquininha é quem poderá se aposentar. Essa evolução nos pagamentos é esperada já para o primeiro semestre de 2024, impulsionada especialmente pelas vendas físicas de comércios menores. Gigantes do universo de pagamentos já estão ganhando terreno com a inovação, e é inegável que a sua utilização (compra por mobile) abre ainda mais possibilidades para o:

4- Pagamento com Open Finance

No varejo digital, bem como em sites de apostas que só transacionam com Pix para garantir zero fraude no momento do pagamento, a inovação do ano não poderia ser outra. O pagamento com Open Finance, que é conhecido no exterior como "bank-to-bank", possui a vantagem de excluir do fluxo de pagamento o "copia-e-cola" do Pix. Torna possível a qualquer empresa que vende on-line receber na hora, sem solicitar dados sensíveis como cartão de crédito. E o melhor: como o processo é feito no sistema do Pix, a compensação é automática. Na Trio, vemos a adoção a este meio de pagamento dobrar a cada mês - e pretendemos ver este número quintuplicar assim que for lançado o Pix Automático - em Outubro de 2024, que mudará a forma como os pagamentos recorrentes são feitos.

5- O DREX vem aí!

A nova moeda digital brasileira vai ao ar no fim de 2024, mas os planejamentos já estão a mil. O DREX será uma stablecoin com lastro no Real: o que significa que para compra de 1 DREX, deve-se desembolsar R$1. Ela surge como uma alternativa brasileira, regulada, aos bitcoins e outras stablecoins. É vista como uma forma de fortalecer o Real frente à nova economia digital ancorada em blockchain. Por ter aprendido com o Pix, a nova moeda está sendo melhor planejada. Quando o Pix nasceu, poucos bancos e fintechs estavam trabalhando em cima da tecnologia. Foi literalmente um susto, em meio à pandemia. Só depois, com a enorme e super-rápida adoção,foram sendo criados produtos, alterados sistemas (e até mindsets) para poder acompanhar. Portanto é de se esperar que, quando o DREX for lançado, já existam produtos criados para acomodar o fluxo. Uma maneira de impulsionar a sua utilização já foi proposta pela Microsoft junto com a Caixa Econômica Federal e consiste em dar cashback em DREX na compra de consórcios (Minha Casa Minha Vida, por exemplo). É uma maneira de incentivar a inclusão financeira entre a população menos desenvolvida na economia digital.

Que tenhamos um ótimo Ano Novo, repleto de inovação.

Até a próxima e Feliz 2024!

Peterson Ferreira dos Santos, CEO da Trio Payments