Sobreviveríamos à pandemia atual no século passado?
Postado por Marcus Araújo, diretor financeiro da MPE Soluções em 07/07/2020 em Artigos
A situação atual de emergência mundial causada pela Covid-19 impactou diretamente a Saúde e a Economia dos países e fez com que as empresas buscassem maneiras de se reinventar para sobreviver em todos os sentidos.
De uma hora para outra, companhias precisaram rever planejamento e infraestrutura para preservar a vida dos funcionários e continuar produzindo. Será que se a pandemia acontecesse há 50 anos, teríamos a mesma velocidade e eficiência para adaptar a estrutura de trabalho remotamente e garantir que os escopos e entregas fossem cumpridos, causando o menor prejuízo possível aos projetos? Dificilmente.
O ponto é que só estamos conseguindo sobreviver aos últimos três meses de confinamento por causa do avanço da tecnologia no mundo inteiro.
A TI é a responsável por nos proporcionar novas formas de trabalho, permitir que as escolas cumpram o calendário pedagógico com as aulas online, as consultas médicas estão sendo realizadas graças às evoluções da telemedicina (consultas online) e o uso da Inteligência Artificial (IA) no cuidado dos pacientes e, também, no desenvolvimento de pesquisas.
Avançamos em meses o que era previsto para alguns anos. Com a Inteligência Artificial, por exemplo, o atendimento automatizado aumentou em 100% no mundo por causa da pandemia da Covid-19, já que o atendimento presencial diminuiu e as medidas de isolamento deixaram escritórios e call centers quase sem pessoas.
Assim, a alternativa encontrada foi a interação com os clientes via chatbots. Nos negócios, a sobrevivência depende da habilidade de adaptação e versatilidade em lidar com os desafios e as novas situações que surgem a cada dia. As empresas de tecnologia estão adaptando seus portifólios para implementar com rapidez e facilidade infraestrutura de área de trabalho virtual (VDI), garantindo o funcionamento das operações diárias.
Os cientistas não estão medindo esforços para encontrar uma vacina que irá salvar a vida humana. Para a descoberta científica, os cientistas de laboratórios ao redor do mundo estão confiando no poder da computação de HPC e dos supercomputadores para executar modelos matemáticos complexos, que transformam grandes volumes de dados da covid-19 em simulações de processos biológicos e químicos.
Essas simulações avançam nossa compreensão da nova cepa de vírus e das complexas interações com o corpo humano até o nível molecular, para agilizar o desenvolvimento de novos tratamentos e medidas preventivas. As simulações são mais precisas devido a combinação dos recursos de modelagem e simulação com novas técnicas de inteligência artificial (AI) e aprendizado de máquina. Então, as soluções de HPC e Inteligência Artificial passam a ser aliadas indispensáveis nas novas investigações científicas.
Os pesquisadores do Laboratório Nacional de Argonne do Departamento de Energia dos EUA (DOE), estão usando o supercomputador Theta, desenvolvido pela HPE e sediado no Argonne Leadership Computing Facility, para aplicar inteligência artificial e aprendizado de máquina no processo de simulação de bilhões de diferentes moléculas a partir de um banco de dados de candidatos a medicamentos.
O objetivo é melhorar as previsões sobre como as moléculas dos candidatos reagem a medicamentos e poder usar os resultados desta simulação para testes de um novo tratamento ou vacina. O Laboratório Nacional Lawrence Livermore (LLNL), usa uma plataforma de modelagem orientada por IA e recentemente divulgou o seu progresso significativo, restringindo o número de candidatos potenciais a anticorpos de 10 para 40. Esse avanço foi alcançado em apenas algumas semanas, em comparação a anos de abordagem.
O impacto da tecnologia para o combate da pandemia de Covid-19 é enorme. Tanto para permitir que as empresas sobrevivam, como para garantir a saúde das pessoas e ainda auxiliar os cientistas na determinação de novos padrões de velocidade, desempenho e escala no combate à doença.
Por isso, não podemos negar que tudo tem a hora certa para acontecer. Se o novo coronavírus surgisse no século passado, dificilmente teríamos alternativas eficazes do ponto de vista da TI para reinventar este momento de maneira de tão rápida.