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Reforma Tributária: especialista esclarece dúvidas importantes para empresas

Postado por Redação em 06/12/2024 em Notícias Tech

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Novo modelo começará a ser implantado em 2026 e deve entrar em vigor completamente a partir de 2033

Paulo Zirnberger, CEO da Omnitax - Foto: Divulgação

A reforma tributária promete modernizar o sistema de impostos no Brasil a partir de 2026. No entanto, essa transformação ainda gera muitas incertezas: 58% das micro e pequenas organizações afirmam ter pouco ou nenhum conhecimento sobre as mudanças propostas, de acordo com pesquisa do Datafolha realizada a pedido do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo. 

Entre as grandes empresas, a preocupação se volta às dúvidas sobre as leis de regulamentação, em aprovação no Congresso Nacional, e aos impactos para os modelos de negócios existentes.  

Atualmente, o Brasil tem um sistema tributário complexo, com bilhões de combinações possíveis nos impostos sobre o consumo em diferentes níveis de governo (federal, estadual e municipal), como o ICMS, ISS, PIS, Cofins e o IPI. A Reforma de 2026 busca simplificar essa estrutura, unificando esses impostos em dois novos tributos principais: o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que será de competência dos estados e municípios; e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que será de competência federal. 

O caminho para a simplificação é longo e pretende trazer menos obrigações acessórias, desonerar as cadeias produtivas e de prestação de serviços, dar maior transparência para os cidadãos e as empresas, e menos custo de conformidade. “Ainda estamos longe do IVA único e sem exceções e concessões políticas, mas estamos dando um passo importante. É preciso estar atento e exigir melhorias contínuas”, diz Zirnberger.

Carga tributária poderá aumentar ou reduzir

Embora o objetivo seja simplificar o sistema, a redução da carga não é garantida para todas as empresas. A Reforma Tributária adota o princípio da neutralidade fiscal, o que significa que o governo quer arrecadar o mesmo montante, mas de forma mais distribuída. Assim, a carga irá aumentar para alguns setores, como o de serviços e aqueles beneficiados por regimes especiais, enquanto outros poderão ganhar uma tributação mais equilibrada, como a indústria. 

O crédito tributário eficiente

A complexidade do sistema atual, muitas vezes, gera acúmulo de créditos tributários que não podem ser utilizados. Com o novo modelo, a apropriação desses créditos será ampliada, permitindo a desoneração da cadeia produtiva e de prestação de serviços. “Este será um ponto de destaque na Reforma. Escolher fornecedores e serviços que maximizem o crédito tributário para a empresa será um requisito de sobrevivência”, diz o executivo.

Split payment como método de pagamento 

Com as mudanças da Reforma, o imposto na venda de bens e serviços será pago diretamente ao Fisco no momento da transação, em vez de passar totalmente pelo caixa da empresa, o que reduz o risco de fraudes e aumenta a fiscalização. 

“A medida busca diminuir a carga de responsabilidade sobre os contribuintes ao estabelecer um fluxo mais direto entre as transações comerciais e o pagamento dos tributos. No entanto, para as empresas, o impacto pode ser desafiador, já que o crédito tributário gerado na compra só ficará disponível após a liquidação financeira das operações”, explica Paulo. 

Impactos nas micros e pequenas empresas

Uma vez que os créditos tributários ganharão destaque com a Reforma, as micro e pequenas empresas serão, sim, impactadas. Ao pagar uma alíquota simplificada e, muitas vezes, reduzida, o valor do crédito gerado por elas na posição de fornecedores é menor que o das empresas grandes, que pagam tributos cheios e consideravelmente mais altos.

Então, ao escolher fornecedores, importará não apenas o melhor preço, o menor prazo de entrega e as condições diferenciadas, mas também quanto de crédito esse fornecedor pode gerar. As micro e pequenas empresas precisarão considerar essa nova variável e decidir se passam a pagar alíquotas mais altas para não perder as vendas ou se mantêm as alíquotas reduzidas, arriscando abrir espaço para grandes companhias.

 

Postado por Redação em 06/12/2024 em Notícias Tech

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